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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Até o Paraguai encara o passado


Mais um passo foi dado em direção à compreensão dos atos e crimes das ditaduras militares na América Latina. Fruto de um acordo entre o governo do presidente Fernando Lugo e organizações de defesa dos direitos humanos, o Paraguai abriu os arquivos da ditadura nesta quarta-feira 14.

O país precedeu a onda de ditaduras militares que tomou a região quando, já em 1954, o general Alfredo Stroessner, filiado ao Partido Colorado, assumiu o poder e lá ficou por 35 anos. Durante o regime, milhares de paraguaios sofreram perseguições, com mais de 15 mil pessoas presas e torturadas.

Norma Barrios, responsável pelo processamento dos documentos, afirmou à imprensa que, das 10 mil pastas que compõem o arquivo, cerca de 200 contêm informações sobre a atuação dos militares na repressão da era Stroessner. Ativistas que tiveram acesso aos documentos também encontraram dados sobre a Operação Condor, que durou entre as décadas de 70 e 80, organizando a colaboração entre os regimes militares da região contra seus opositores de esquerda.

A abertura dos documentos era uma das promessas de campanha de Lugo, cuja eleição colocou fim aos 61 anos de domínio Colorado.

A decisão paraguaia é mais uma a expor a lentidão e a tibieza com que as autoridades do Brasil lidam com o tema por aqui.
Carta Capital

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Nossa história não pode ficar soterrada

Peritos trabalham com a possibilidade de deterioração dos restos mortais ou que uma “operação limpeza” do Exército tenha dado fim aos corpos



06/10/2009


Ana Maria Amorim,
da Radioagência NP


A busca dos restos mortais dos guerrilheiros do Araguaia sofreu, nesta segunda-feira (05), mais uma frustração no segundo dia das escavações em Xambioá, interior de Tocantins. Os pontos vasculhados apresentaram resíduos da época da guerrilha, mas os corpos dos guerrilheiros não foram encontrados. Peritos trabalham com a possibilidade de deterioração dos restos mortais ou que uma “operação limpeza” do Exército tenha dado fim aos corpos.

A posição geográfica da região também não ajuda nas buscas: a área é de mata sem nenhum ponto referencial que possa auxiliar na memória das testemunhas da guerrilha.

Mesmo com as dificuldades de localização, a suspeita de que o Exército tenha sumido com os restos mortais é apontada como uma forte possibilidade, visto que ex-guias e ex-soldados ajudam na operação, mas os militares mais “graduados” não foram ouvidos.

A próxima expedição do grupo começa dia 18 de outubro e será acompanhada pelo Ministério Público Federal (MPF). Os pontos a serem escavados não foram divulgados oficialmente.

A forma como a procura foi conduzida é motivo de crítica dos familiares dos mortos na guerrilha, visto que a legislação brasileira implementou a Comissão dos Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, mas não a inseriu no processo das buscas.

Cruz Vermelha quer acesso aos presídios do Rio

A organização espera identificar situações onde haja tratamentos desumanos, como ausência de espaço e higiene, casos de tortura e abuso de autoridade, para agir da mesma forma que em outros centros de detenção, como Guantánamo em Cuba e Bagram no Afeganistão. Para o chefe da delegação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha para o Cone Sul, Michel Minnig, não há guerra na capital carioca, mas existem algumas características que são comparáveis aos conflitos armados.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Um adeus a Mercedes Sosa


Sem perder sua ligação com o folclore, música predominante do interior argentino, Mercedes Sosa circulou por diversos gêneros musicais, enfrentou a censura de ditadores e dividiu o palco em todo mundo com músicos de diferentes estilos e gerações. Centenas de fãs e personalidades fizeram fila do lado de fora do Congresso da Nação de Buenos Aires, onde a cantora foi velada até o meio-dia de segunda-feira. Homens e mulheres de todas as idades e com flores nas mãos esperavam pacientemente para dar seu último adeus à artista